quinta-feira, 18 de novembro de 2010

GAE, FUNDAÇÃO CULTURAL E COLÉGIO COMERCIAL DE ARARI

Em certa manhã dom mês de junho de l96l reuniram-se na Escola de Enfermagem, em São Luis, localizada na Rua Rio Branco, os estudantes José Benedito Pestana, Cleômenes Carneiro, José Fernandes, David Maciel Santos, Abdelaziz Aboud Santos, João Prazeres, Leão Santos Neto, José Ribamar Santos, José Abas Prazeres, os irmãos Muniz Pinto, Manira Santos e outros o serviço de alto-falante dos tantos e tantas jovens, e fundaram o Grêmio Arariense dos Estudantes-GAE-, organismo que hoje faz parte da história do Arari em razão da luta que empreendera pela transformação da vida social, política e cultural de gleba arariense.

Na verdade, a entidade notabilizou-se pelo avanço das idéias dos seus membros, que visam mudanças estruturais no país, as reformas de base, tão debatidas na época, mormente as reformas agrária e universitária. Destacou-se ainda, pelas suas diversas realizações e, principalmente, pela acirrada polêmica travada com o ex-professor de todos os componentes do Grêmio , o Pe. Brandt, de pensamento um tanto conservador, contrariando as teses modernas dos estudantes, que as defendiam por intermédio do seu jornal Vanguarda e da Voz dos Estudantes. O culto sacerdote rebatia as idéias estudantis usando o seu jornal semanário Notícias e o seu serviço de alto-falante VOZ DE ARARI.

Os estudantes do GAE defendiam temas considerados revolucionários para a época e, por isso mesmo, chegaram a ser interpelados pelo comando da Revolução de 1964, junto ao 24º Batalhão de Caçadores, em face de um artigo do estudante João Batista Ericeira, tido como de conteúdo lesivo aos interesses dos militares.

Por aquela época, havia um Juiz de Direito em Arari, adversário ferrenho dosremistas, que passou a persegui-los, ameaçando prendê-lo sem motivo justo e, utilizando-se da polícia à sua disposição, tentou impedir a divulgação do jornal dos estudantes, que chegou a circular jogado de avião, fato inédito na jornalismo nacional.Também tentou tirar do ar o serviço de alto-falante dos jovens. Por essas e outras razões, os prejudicados chegaram a processar aquele Juiz.

Desse modo, o Grêmio Arariense dos Estudantes passou por uma fase difícil, sendo obrigado a novamente entrar já Justiça para manter-se no comando do Colégio Comercial , de sua propriedade, exigindo o seu direito, graças à situação oportuna do advogado arariense José Ribamar Bastos Silva, que, logo após tais acontecimentos, juntou-se ao movimento, com ele colaborando efetivamente.

O trabalho do GAE foi relevante. Além de manter o Colégio Comercial, de promover tertúlias, de editar o jornal Vanguarda e fazer funcionar a Voz dos Estudantes, entre os seus feitos de maior notoriedade destacaram-se o programa radiofônico levado ao ar pelos irmãos Jaime e Damasceno Pinto, na Rádio Educadora do Maranhão; uma conferência magistralmente proferida pelo economista, escritor e intelectual Bandeira Tribuzi; um belo recital de poesias do poeta e acadêmico Carlos Cunha; uma notável palestra do professor Sodré Barbosa; um histórico Semanário sobre a realidade arariense e outros tantos eventos de grande coturno, notabilizando-se a nossa terra com avançadas programações culturais.

Como restou demonstrado, o Grêmio Arariense dos Estudantes-GAE-, na sua essência, continua existindo, memorialisticamente falando, eis que fora transformado na Fundação Cultural de Arari, da qual fazem parte os seus antigos membros , na condição de Conselheiros, formando o seu Conselho Comunitário, que dirige a entidade, hoje dinâmica administração

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